A Thaumetophoea pityocampa, vulgarmente conhecida como Lagarta do Pinheiro, Cobrelo ou Processionária (por se deslocar em fila ou procissão) é uma espécie muito vulgar em Portugal, devido à abundância de pinheiros.
Além de ser uma das pragas mais destrutivas para as árvores, constitui também uma ameaça grave para animais e pessoas.
Na superfície do seu corpo as processionárias possuem cerca de 100.000 pêlos urticantes, que se libertam com os movimentos. Os pêlos actuam como arpões, que se cravam na pele e mucosas das vítimas, inoculando substâncias tóxicas.
Pela sua curiosidade natural, despertada pelas fileiras de vistosas lagartas em movimento, e maior predisposição para a brincadeira, as crianças e os cães jovens são os mais afectados.
Nos cães, a zona mais frequentemente atingida é a cabeça, especialmente os olhos, mucosa oral e, quase sempre, a língua.
Os sinais mais característicos são inflamação e edema aparatoso dos lábios e língua (que pode deixar de caber na boca); o animal apresenta-se excitado, esfrega o focinho no chão ou com as patas, bebe sofregamente, baba-se muito, tem muitas dores e pode apresentar dificuldade em respirar.
Se houver contacto directo das lagartas com a língua, nessa zona ocorre necrose (morte) dos tecidos, o que pode provocar a sua perda definitiva.
Em alguns casos esta perda é tão extensa que compromete a sobrevivência do animal, sendo por vezes recorrer à eutanásia.
A ingestão de lagartas é quase sempre fatal.
A partir de Fevereiro/Março, quando a temperatura ambiente sobe acima dos 15ºC, as lagartas abandonam os ninhos, descem pelo tronco e formam «procissões» que percorrem os pinhais, onde se enterram no solo. Durante o Verão, a borboleta Thaumetophoea põe ovos sobre as agulhas dos pinheiros; cerca de 1 mês depois (Agosto/Setembro) nascem as lagartas, que começam a alimentar-se e a construir ninhos.
Estes localizam-se habitualmente nos ramos mais altos e resistem a temperaturas até 12ºC negativos. No início da Primavera as lagartas abandonam os ninhos para prosseguir o seu ciclo de vida.
O que fazer?
Primeiros socorros
Lavar imediatamente as zonas atingidas com água tépida (o calor destrói a toxina). Proteger as mãos(com luvas, se possível) para evitar lesões na pele.
Procurar auxílio veterinário URGENTE: quanto mais cedo for instituído o tratamento maior será a sua eficácia e menos graves serão as consequências da intoxicação.
Prevenção
Se existem pinheiros à volta da sua casa, durante os meses de Inverno pode localizar os ninhos. No caso de serem numerosos, o ideal será alertar as autoridades competentes (Câmara Municipal) ou contratar os serviços de uma empresa especializada nesse tipo de desinfestação:
http://www.mrjpestcontrol.net/
http://www.pragalgarve.pa-net.pt/
A aplicação de pesticidas domésticos não é habitualmente eficaz, além de poder vir a constituir uma nova ameaça para a saúde dos seus amigos de 4 patas.
Ninhos isolados devem ser destruídos, mas de forma alguma deve entrar em contacto com eles e deve usar vestuário protector, luvas e máscara com viseira.
As extremidades dos ramos onde estão os ninhos devem ser cortadas e queimadas, com as precauções necessárias para evitar incêndios e de forma aque os fumos da combustão não o atinjam, pois são igualmente tóxicos.
Se é adepto da luta biológica, saiba que o Cuco (Cuculus canorus) é o predador mais eficaz desta praga, alimentando-se das lagartas.
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